Que método contraceptivo escolher?
- laracaseiroginecol
- 1 de fev. de 2023
- 2 min de leitura

O estado mental entre os 20 e os 50 anos pode ser uma variação louca entre dois estados de ansiedade: o de querer engravidar ou o de não o querer de todo!
Com tantos métodos disponíveis, qual será a escolha acertada?
Os métodos contraceptivos estão divididos em métodos hormonais ou de uso pericoital. Os hormonais consistem nos contraceptivos orais, adesivo transdérmico, anel vaginal, implante de progesterona, injecção de progesterona e os DIUs com levonorgestrel. O implante de progesterona é o método mais eficaz, mas como está associado ao aparecimento de hemorragias imprevisíveis, atualmente dá-se uso preferencial aos DIUs hormonais, que fazem um bom controlo de ciclo menstrual e oferecem uma contracepção igualmente eficaz. Mas... para quem não quer por nada no útero... os implantes são óptimos na mesma!
Nos métodos de contracepção pericoital, temos o preservativo, o diafragma e o espermicida, menos utilizados hoje em dia. Outros tipos de contracepção são os DIUs de cobre (para quem quer métodos seguro hormone free), métodos baseados na percepção da fertilidade (abstinência periódica), o coito interrompido e a contracepção definitiva feminina e masculina.
De acordo com um estudo português de 2016 (Avaliação das práticas contraceptivas das mulheres em Portugal; Acta Obstet Ginecol Port 2016;10(3):184-192), o método preferencial é a pílula. No entanto, os métodos que oferecem mais confiança às utilizadoras são o DIU e o implante subcutâneo. Confusa?;)
Uma nova classe de contracepção oral surgiu recentemente, a drospirenona 4mg. Trata-se de um progestativo de efeito antiandrogénico (bom para quem tem tendência para acne), de toma contínua. Relativamente às outras pílulas progestativas, tem uma maior margem de segurança no caso de esquecimento de toma porque permite até 24h de falha e tem menor incidência de perdas hemáticas não previsíveis. É o método de escolha em mulheres com intolerância ao estrogénio (náuseas, cefaleias) e é adequada nos extremos da idade reprodutiva (das jovens às nos cinquenta) porque não altera a densidade mineral óssea.
Os métodos progestativos são os mais indicados quando há contra-indicações para a toma de estrogénios: mulheres com múltiplos factores de risco cardiovasculares, enxaqueca com aura, tromboembolismo venoso, trombofilias ou complicações vasculares da diabetes.
Dentro de este tipo de classe de contracepção progestativa há os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs): o acetato de medroxiprogesterona (injectável), etonogestrel (implante) e o DIU levonogestrel 52mg. Óptimos para quem não quer preocupar-se com tomar coisas durante uns bons anos!
Há também uma pílula recente no mercado que contém uma nova molécula chamada estetrol - o primeiro estrogénio nativo com ação tecidular seletiva. É o mesmo estrogénio produzido por fetos do sexo feminino e tem um menor impacto nos parâmetros hemostáticos, lipídicos e glicémicos. É uma “pílula verde” - tem impacto ambiental neutro (não poluente das águas).
Já escolheste o teu método?
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